Grandes enigmas da humanidade

Os grandes pensadores decifraram inúmeros enigmas na história da humanidade. Outros, entretanto, permanecem obscuros e inquietam a mente de renomados cientistas.

Caro Raulzito, são muitas moscas perturbando o sono dos insones cientistas.

O sinal Wow, Cartas do Zodíaco, Kryptos y otras cositas mas. São muitos enigmas, prezado Pessoa, que compõem o livro do desassossego.

Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou e eu não tomei tenência. Chega de lero-lero e vamos ao assunto que nos interessa.

Não sei, francamente, se trata de um enigma. Acredito que, na verdade, seja uma conspiração cósmica. Ou um conluio universal contra a minha persona.

Pois bem, não foi preciso cair uma maçã na minha cabeça. Estava eu, viajando num ônibus e ouvi um "klec-klec-klec".

Oh! Onomatopeia azucrinante!

Já repararam nesse ato costumeiro nos ônibus? Seja em Istambul, Calcutá, Cidade de Deus ou Gastão Vidigal.

Outro detalhe importante; pode ser num ônibus clandestino, de primeira classe, fretado ou coletivo. Não tem distinção de classe.

Em qualquer ônibus "on the road", haverá sempre, uma desafortunada criatura, que abrirá um salgadinho industrializado e perturbará ad infinitum o seu singelo sono. E dá-lhe, "klec-klec-klec"!

Lembra-me o livro 1984, de George Orwell, quando um subversivo reconhecia o seu par, somente através dos gestos, ou, de uma expressão, ou, simplesmente por um olhar.

Um deve comentar com o outro, "o cidadão deitado ali abomina o barulhinho do salgadinho".

Só pode ser. Verdade absoluta e não discutamos mais.

O cheiro é pior que o salgado em si. Bradam aos quatro cantos sobre o gás químico. Pois é! Não conhecem o cheiro do maldito salgado. Mais mortal que o famigerado gás.

E depois do fato consumado, vem outra onomatopeia, essa mais irritante ainda: a famosa escovada dos dentes.

Calma, apressado leitor! A escovada citada acima não é realizada, mediante o uso de escovas dentais.

Isso mesmo, incrédulo leitor. O ato é executado com o uso da língua, propriamente dita.

Agora o "klec-klec-klec" é substituído, aos quarenta e cinco minutos da peleja, pelo "slap-slap-slap".

Você, como diria Adoniran Barbosa, "numa baita de uma reiva", e o cidadão, "de boa na lagoa", escovando os dentes. "Slap- slap-slap".

Tomemos as ruas, renitentes passageiros, e façamos a nossa revolução. A nossa marcha é contra essa conspiração universal. 

Atire a primeira pedra, quem nunca foi incomodado, pela seita dos devotos do "salgadinho químico".

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