Ela anuiu com a cabeça e sussurrou frivolidades, mas Heitor não deu
ouvidos. Pulou na caça, pronto para o abate. A desprovida cama balançou com o
impacto. Os lençóis manchados, envoltos nos corpos nus.
Os urros romperam o alicerce das paredes carcomidas do hotel. A goteira
da pia do banheiro pingando impunemente. O toca-fitas instalado na cabeceira da
cama tocava uma música qualquer e o bramido do casal atormentava o sono dos
justos. Os justos e os ímpios que repousavam nas suas alcovas, vigiados por
despertadores comprados na Rua Vinte e Cinco de Março.
Despertadores eletrônicos colocados em criados-mudos, assolando a cabeça
dos adormecidos letárgicos. Os que adormecem e os que buscam hipnóticos para
aplacar a insônia. Na avenida, um falso profeta, anunciava em voz alta, “o meu
socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra, ele não permitirá que você
tropece e o seu protetor se manterá alerta, sim, o protetor de Israel não
dormirá, pois ele está sempre alerta”.
Esse romance pelo jeito vai ter de tudo: mistério, drama, humor, mais romance...Parabéns!!
ResponderExcluirGrande Mauricio! Valeu companheiro! Tentando concluir o livro, mas como diria a cantora Kátia, "não está sendo fácil".
ExcluirTá gostoso de ler, estou curioso para saber o contexto. Se concentra ai para terminar porque parece realmente que vai valer a pena
ResponderExcluirValeu Antonio e não esquece da nosso projeto!
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