Só o poeta de Itabira agora para falar. As palavras sumiram, como o abraço de despedida.
"Antecipaste a hora/teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas
horas/que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si/o ato que não ousamos nem sabemos ousar/porque depois dele não há nada?"
Amigo de mil carnavais; de "tantos caminhos, de tantas jornadas".
É amigo: lembra dos tempos áureos da nossa infância?
Lembro de quando eu tinha a obrigação vespertina de limpar o quintal. Ossos do ofício da minha adolescência.
Você sedento para assistir televisão.
Pois bem, eu, um vil senhorzinho de engenho, deixava você assistir a "Sessão da tarde" e, em troca, você limpava o quintal para mim.
Quanto abuso por minha parte!
E aquela vez que fomos preteridos de um passeio. Lembra?
Você, um traquinas nato, articulou a nossa vingança.
Amarramos as bicicletas dos nossos oponentes, em cima de uma frondosa árvore.
Tantas travessuras! Aquilo me rendeu uma boa surra dos meus pais.
Mais uma: uma vez pedi para um amigo buscar a minha bola em casa. Os meus pais estavam viajando. Recorda?
O meu amigo avançou o portão da entrada e você, indômito, não permitiu a entrada dele.
Grande amigo e vizinho.
Grande amigo e vizinho.
Custava eu te avisar, que ele tinha a minha permissão.
E quando eu voltei a primeira vez da faculdade. Você me perguntou qual curso eu fazia.
Faço biblioteconomia - respondi, na mais absoluta ingenuidade.
E você retrucou: Biblio o quê?
Engataste uma marcha inesgotável de galhofa e desceste embalado a avenida do gracejo.
Sempre com o seu sorriso de menino. Um sorriso inigualável.
"Um bicho igual a mim, simples e humano/sabendo se mover e comover/E a disfarçar com o meu próprio engano".
Vou ficando por aqui, Leonardo. Infelizmente, igual aos estrofes de Iracema, do Adoniran Barbosa: "eu perdi o seu retrato".
Nenhum mísero retrato para por nessa soturna crônica.
Grande abraço, meu velho.
"Pois seja o que vier, venha o que vier/qualquer dia, amigo, eu volto/a te encontrar/qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar".
Sempre com o seu sorriso de menino. Um sorriso inigualável.
"Um bicho igual a mim, simples e humano/sabendo se mover e comover/E a disfarçar com o meu próprio engano".
Vou ficando por aqui, Leonardo. Infelizmente, igual aos estrofes de Iracema, do Adoniran Barbosa: "eu perdi o seu retrato".
Nenhum mísero retrato para por nessa soturna crônica.
Grande abraço, meu velho.
"Pois seja o que vier, venha o que vier/qualquer dia, amigo, eu volto/a te encontrar/qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar".
Descanse em paz, Lambão!
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Oi Gustavo,
ResponderExcluirBoas lembranças de nossa infância quando ele era ainda o NININHO...!!!
Alessandra
"REVÃO, REVÃO, Ó GALADA NO TIÃO PIRANHA HOJE A NOITE HEM, BÃO DEMAIS!"
ResponderExcluirGRANDE LAMBÃO...
REVERSON
"LAMBÃO CONTRA A MULHER MONTANHA"... ESSA ERA A TÔNICA DE SUA IRREVERÊNCIA!
ResponderExcluirPANTA
Ótima recordação, Panta!
ExcluirAbraço
Parece que estou ouvindo a D. Rosa gritar: "Oh Nininho!" e ele assistindo televisão com seu sorriso moleque!
ResponderExcluirBj
Linda homenagem Gustavo. Bem coisa de amigo mesmo. Que ele descanse em Paz.
ResponderExcluirMeiri