Bar do Paixão




A saga continua meus caros! Partamos para o segundo dia do périplo etílico-gastronômico-literário, em Ribeirão Preto. "Não está sendo fácil", diria a cantora Kátia no seu estrondoso hit "qualquer jeito", sucesso nos anos 80. Galhofas à parte, sigamos nossa jornada.

O primeiro dia em Ribeirão Preto foi retratado na "crônica de um porre anunciado". No segundo dia fomos até a Vila Virginia conhecer a Choperia do Paixão. O bar participou do Festival "Comida di buteco" 2012, concorrendo com o prato  “Filé mignon do Paixão". O petisco é composto por filé mignon picado na chapa, acompanhado com catupiri, maionese, cebola e tomate. O BIP (busca insaciável do prazer) chegou até a Choperia do Paixão, com a sede e a fome de anteontem. Na contramão do Festival, atrapalhando o tráfego, buscávamos uma cerveja gelada e a aclamada galinha caipira com quiabo. Nada de modismos de festivais.

De imediato pedimos a suculenta galinha. A garçonete, que gentilmente nos atendeu, deu logo o alerta sobre o longo tempo que esperaríamos. Concluímos que a delonga era justa e necessária, pois devia ser uma legítima galinha caipira mesmo. Com direito, inclusive, ao algoz correr atrás do galináceo e enfim, consolidar todo ritual prescrito no abate.

No encalço de "não se afobe, não, que nada é pra já", da bela canção "futuros amantes", pedimos um torresmo ou, segundo a terminologia dos botequins joseenses, uma barra de cereal; excepcional iguaria para engraxar o aguerrido coração. Não tem concorrente à altura, o imbatível resquício do toucinho, nobre peça pertencente à ordem dos artiodáctilos, sempre presente nas nossas incursões gastronômicas botequianas.

Nesse interim, o dono do bar, caricatural por sinal, deu as boas-vindas. No momento, reinava soberano, na vitrola, um sertanejo universitário. Esse gênero musical, mesmo que tardiamente, não cola grau jamais, para desfrutarmos, finalmente, nossa merecida glória.

Paixão, o proprietário, perguntou se queríamos outro tipo de música. Em uníssono coro, imploramos por música popular brasileira. "MPB rogai por nós"!

- É para já meus queridos, propalou, o "você é fogo, eu sou Paixão".

Alguns segundos depois, um Barão Vermelho começou a ecoar na fantástica vitrola. Um pensamento consensual, como belos balões de histórias em quadrinhos, voou sobre nossas cabeças. Os dizeres eram exatamente assim:
- Se a galinha for similar à classificação dos estilos musicais do Paixão, estaremos fritos.

Ledo engano, para a alegria geral da nação. A galinha caipira atingiu índice olímpico. Deliciosa, só perde para galinha caipira preparada pela minha Mãe. Perseverantes, os alpinistas gastronômicos do BIP escalaram com vigor a montanha suculenta do prazer.

Depois do trabalho exaustivo dos maxilares, com a sensação de dever cumprido, nos despedimos do simpaticíssimo Paixão e de toda a sua equipe. Obviamente, assumimos o compromisso de voltarmos outro dia.

"Voltaremos sim, senhor, com prazer"!



Comentários

  1. Meu caro amigo Gustavo, que inveja "boa" que sinto desta sua jornada em busca do prazer. E percebo que vc esta amando cada minuto de tudo isto né...rs. Bjs!!!Saudades!!!

    Meiri

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  2. Barreto, esta crônica fez-me lembrar o dia em que eu, você o Toninho Malvadez e mais alguém que agora não me recordo chegamos a um bar na avenida Santo Antônio, em Marília, "azuis de fome", pois há dias estávamos sem um grão de feijão nos respectivos buchos.

    Como o PF (prato feito) tardava muito, o garçom já se aguniava ao ver nossa agonizante fome. Então ele saiu-se com essa: "Aceitam uma cachacinha para abrir o apetite???".

    Ofendido, de bate pronto, você respondeu ao vitupério do garçom: "Oh louco, meu!!!! Abrir mais ainda?!?!?!?!". KKKKKKKKK

    Abraço
    Mascote

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    Respostas
    1. Genial Mascote! Que fase aquela, hein...hehe...

      Forte abraço Mascote!!

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