Abre-te Sésamo


Ei Sílvio, "vamos abrir a porta da esperança", per favore.

Ledo engano, quem achou que a menção era ao Sílvio Santos e ao programa "Porta da esperança". Aliás, caro PPP, é metade certo, metade errado.

"Realmente, realmente", como dizia o saudoso Chacrinha, era uma alusão ao programa do Sílvio Santos -- sucesso televisivo dominical dos anos 80 e 90 --. A metade errada é que me dirigia ao menos celebrado, Sílvio. Esse, na verdade, um solícito porteiro do prédio que morei.

"Muito estranho", diria o cantor Dalto.

Estranho nada, caro amigo Dalto. É que chegava apertadíssimo ao prédio -- refiro-me às necessidades fisiológicas e não à conta bancária, pois em relação ao saldo bancário, eu entrava e saía do mesmo jeito, ou seja, sempre apertado -- e nunca, o Sílvio estava para liberar a entrada.

Chega de "nhem-nhem-nhem" e vá direto ao assunto, pífio cronista -- tucanou o cabra da Sorbonne.

Pois é, ilustre leitor, toda essa delonga para chegar ao dia 9 de junho. Hoje, para os menos esclarecidos, é o dia do Porteiro.

Saudamos os porteiros do Brasil varonil! Viva os Sílvios, Joões, Josés, Antonios, Franciscos, Fernandos e muitos outros, que com os seus préstimos, ajudam abrir e fechar as portas da convivência.

O Maluco Beleza já cantarolava, "eu largo o que sou/vou ser zelador/de prédio qualquer/sentado ao portão/o portão dos seus sonhos/que você sonhou".

Ouçamos o zunir das aflições de cada porteiro desse país e façamos valer a sua existência.

A receita, para que não caiamos, na armadilha da indiferença, fica com o mestre Otto Lara Resende, na bela crônica "Vista cansada".

"Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer".

E você, caro PPP, já deu os parabéns ao seu porteiro? Não deixe-o morrer para saudá-lo.

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Comentários

  1. Boa, Gustavito!!

    Elaine - SP

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  2. Gostei do texto, como já disse ,conheci o blog a poucos dias.Mas estarei sempre frequentando o mesmo.

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  3. Opa, o comentário acima foi meu,Edelson Sousa.

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  4. Tem porteiro gente boa, mas tb tem aqueles com a maior língua afiada do mundo, ganha de língua de sogra.
    Abraço, Sérgio.

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  5. E 9 de junho é tb a data de nascimento do Eric Hobsbawm. Vale a citação!
    Abraço meu caro, Luan.

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  6. Dia do porteiro, do tenista e de Anchieta tb!
    Obrigada pela lembrança.
    Bj

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  7. Cadê a crônica do "Dia dos namorados"?
    Bora produzir!!!
    Bj

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  8. gustavo vc conhece este site? dá uma olhada:
    http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=161780
    tem o poema do porteiro.
    Jonas

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