Buk agradeceu e continuou a sua caminhada. Homens prostrados nas esquinas
cochichavam quando o viam passar.
O movimento de ônibus velhos, sujos de terra, emitindo um barulho
retumbante, era frenético nas ruas.
Um cavalo tordilho, com um cabresto preso a uma árvore Sete-Copas,
pastava no meio-fio da calçada, alimentando-se de capim brachiaria.
O sino da igreja principal badalou onze horas da manhã. Parou num bar,
que tinha na entrada um orelhão de telefone, com anúncios de uma lavadeira de
roupas fixados na concha, e botijões de gás combustível.
Um nativo indagou se choveria ou não naquele dia. O Velho respondeu que
torcia para que o céu desabasse e pudesse se livrar da poeira, que atormentava
o seu nariz.
Bom dia, meu caro. Um uísque sem gelo, por gentileza.
O comerciante não conteve o riso.
Aqui, meu senhor, uísque só em formatura e dependendo da família do
formando. Ou por terras paraguaias.
Buk riu e acendeu um cigarro.
Brincadeiras à parte, é que aqui não dá para tomar uísque com esse calor
infernal. E outra: não tem muita saída. É preju na certa.
Tem razão! Uma cerveja é melhor.
Qual marca?
A mais gelada. Preciso aplacar urgentemente a sede.
O Velho Buk sentou-se à mesa que estava fora do bar, embaixo de um oiti
sombroso. Não suportou ficar dentro do estabelecimento comercial. O bar repleto
de quinquilharias e sem ventilação.
O calor invadia-lhe, sem pudor, as entranhas. As têmporas num fluxo
descontínuo provocavam um torpor, parecido com a combustão do motor de um carro
vestuto.
Parecia uma planta exótica. Todos o cumprimentavam, num misto de
cordialidade e curiosidade.
Uma rolinha fogo-apagou pousou tranquilamente na mesa, enquanto um carro
com alto-falantes no teto anunciava promoções num supermercado local,
intercalado com músicas sertanejas de cantores regionais.
Retirou a carteira de couro e pagou a cerveja, sem atentar à queda de um
calendário de uma borracharia, que na frente, impressa e a cores, a foto de uma
mulher, pelada, reinava impoluta.
Agradeceu ao comerciante, e já de costas, ouviu do lado de fora a
resposta radiante, “nadiquê”.
Tô curiosa prá ver até onde esse Buk vai....
ResponderExcluirMeiri
o meire provavelmente pra cabajá ou paraúna .... por que gastão era briozo ....
ResponderExcluirEste Srº Buk é verdadeiro.... não sei mas já ouvi falá...
ResponderExcluirCerteza que foi no bar do Tatá rsrs
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