Café Roma


Hoje daremos início à Série "Bares antológicos da literatura universal". Qualquer dica será bem-vinda, caros PPP's.

O primeiro a ser retratado é o Café Roma, um carcomido botequim, ponto de encontro de Nick Molise, Joe Zarlingo, Lou Cavallaro e companhia ilimitada.

Frequentado por um "bando excêntrico, irascível e rancoroso de beneficiários do seguro-desemprego, velhos canalhas maldosos, amargos e intensos que rosnavam, mas se deleitavam no seu humor cruel, na sua profanação e no seu companheirismo. Nenhum filósofo aqui, nenhum oráculo idoso falando das profundezas da sua experiência de vida. Simplesmente velhos matando o tempo, esperando que o relógio andasse".

Um lugar que Henry Molise, personagem do livro, reencontra anos depois, onde "o mesmo ventilador de hélice zumbia do teto, girando com uma lentidão suficiente para não perturbar o ar quente, com moscas desportistas pousando sobre as pás, aproveitando uma volta ou duas, e depois saltando fora. Venezianas verdes sobre as janelas da frente davam ao interior escuro uma ilusão de frescor, assim como a fragrância da cerveja de barril. Mas esse aroma era apunhalado pela pungência do forte cheiro do azeite de oliva e do queijo parmigiano rançoso misturado com o odor penetrante da camada profunda de serragem fresca sobre o assoalho".

Extraído do livro "A irmandade da uva", de John Fante.

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