"A banalização da violência", respondem unissonantes os meus carcomidos botões.
Pois é, caros colegas. Clamemos! Seja na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.
"Vamos pedir piedade/Senhor, piedade/Pra essa gente careta e covarde/Vamos pedir piedade/Senhor, piedade".
Saudoso Cazuza, faço dos seus versos acima as minhas lamúrias existenciais.
Evocando o título de um velho blockbuster, "retroceder nunca, render-se jamais".
Render-se jamais, porém, tive que capitular.
Isso mesmo, resisti ao máximo tocar nos desdobramentos causados pela pseudo-apresentadora medieval, travestida de jornalista.
Resisti bravamente, feito um ermitão que refuta aos avanços da civilização.
Civilização ou barbárie?
"Chega de nhem-nhem-nhem", vocifera o cabra da Sorbonne, repudiando o meu lenga-lenga sintomático e afastando com a mão direita a suculenta buchada de bode.
Os enigmas de Sheherazade e otras cositas más.
Os casos de justiçamento se espalham pelo país, como uma epidemia avassaladora.
Muitos ainda defendem a apresentadora. Uns alegam liberdade de expressão, outros alegam represália do governo com a "indefesa moça".
Ora bolas, que conversinha mole é essa? - diria um bravo sertanejo da minha Macondo.
Nessa briga de irmãs sou mais a Rutinha, meu caro Tonho da Lua. Esse sim menos lunático que vários por aí.
Liberdade de expressão não é liberdade de opressão, cara pálida.
Tribunais de exceção não. Aqui não, Sheherazade e seu séquito sedento de "justiça".
E para finalizar, cito uma antológica obra. Infelizmente, a minha amnésica memória não permite lembrar integralmente do trecho.
É um fragmento do romance "Cléo e Daniel", do anarquista Roberto Freire.
Cabe um alerta. Não confundir o Roberto Freire, o autor do livro, com o homônimo, este frequentador assíduo da casa-grande.
Pois bem: os dois namorados estão se beijando na Praça da República e um senhor se aproxima. Suspira alguma coisa banal. Um segundo transeunte se aproxima e comenta alguma frivolidade. O terceiro interpreta erroneamente e ergue o braço em sinal de reprovação. O quarto brada palavras de ordem e clama pela moral e pelo bons costumes. O quinto vai no vácuo. Nisso se aglomera uma multidão. Ninguém mais sabe ao certo do que se trata, no entanto, pedem justiça. O casal é atropelado pela multidão sedenta de "justiça". A massa acéfala agindo pelo impulso suprime a vida de um simples casal. O ato mais sublime da existência pisoteada pela inclemência bárbara.
"Vamos pedir piedade/Senhor, piedade/Pra essa gente careta e covarde/Vamos pedir piedade/Senhor, piedade".
Saudoso Cazuza, faço dos seus versos acima as minhas lamúrias existenciais.
Evocando o título de um velho blockbuster, "retroceder nunca, render-se jamais".
Render-se jamais, porém, tive que capitular.
Isso mesmo, resisti ao máximo tocar nos desdobramentos causados pela pseudo-apresentadora medieval, travestida de jornalista.
Resisti bravamente, feito um ermitão que refuta aos avanços da civilização.
Civilização ou barbárie?
"Chega de nhem-nhem-nhem", vocifera o cabra da Sorbonne, repudiando o meu lenga-lenga sintomático e afastando com a mão direita a suculenta buchada de bode.
Os enigmas de Sheherazade e otras cositas más.
Os casos de justiçamento se espalham pelo país, como uma epidemia avassaladora.
Muitos ainda defendem a apresentadora. Uns alegam liberdade de expressão, outros alegam represália do governo com a "indefesa moça".
Ora bolas, que conversinha mole é essa? - diria um bravo sertanejo da minha Macondo.
Nessa briga de irmãs sou mais a Rutinha, meu caro Tonho da Lua. Esse sim menos lunático que vários por aí.
Liberdade de expressão não é liberdade de opressão, cara pálida.
Tribunais de exceção não. Aqui não, Sheherazade e seu séquito sedento de "justiça".
E para finalizar, cito uma antológica obra. Infelizmente, a minha amnésica memória não permite lembrar integralmente do trecho.
É um fragmento do romance "Cléo e Daniel", do anarquista Roberto Freire.
Cabe um alerta. Não confundir o Roberto Freire, o autor do livro, com o homônimo, este frequentador assíduo da casa-grande.
Pois bem: os dois namorados estão se beijando na Praça da República e um senhor se aproxima. Suspira alguma coisa banal. Um segundo transeunte se aproxima e comenta alguma frivolidade. O terceiro interpreta erroneamente e ergue o braço em sinal de reprovação. O quarto brada palavras de ordem e clama pela moral e pelo bons costumes. O quinto vai no vácuo. Nisso se aglomera uma multidão. Ninguém mais sabe ao certo do que se trata, no entanto, pedem justiça. O casal é atropelado pela multidão sedenta de "justiça". A massa acéfala agindo pelo impulso suprime a vida de um simples casal. O ato mais sublime da existência pisoteada pela inclemência bárbara.
Curtam no Facebook a nossa Fan Page:
Muito bom Gustavo. Esse é o quadro que avança em dias atuais. Recentemente escrevi n'outro lugar: "quando à Lei recorremos contra a barbárie, defender a vida vira “apoiar bandido”, vira “coisa dos direitos humanos”. Judiciário, Executivo, Legislativo: Poderes em suspeição. Quando os alicerces da civilização se abalam, não é só das quebradas que os justiçamentos transbordam."
ResponderExcluirE, realmente, o transbordamento parece se avolumar!!!
Grande Felipe!
ExcluirEu me lembro do seu artigo. Excelente e serviu como presságio dessa onda avassaladora de justiçamento pelo país.
Isso aí Gustavo, muito bom! Parece Idade Média?
ResponderExcluirPois é, Bete! Exato!
ExcluirE o pior que tem gente que apoia.
Beijo