Por uma estética sabatelliana


À guisa de explicação, parcos leitores, conclamo aos antípodas da sociedade de consumo, que lutemos contra a pasteurização do mundo moderno, usando como combustível o paradigma sabatelliano.

Etílicos leitores, mirem-se no exemplo da bela atriz Letícia Sabatella, que sem temer a chama moralista, ainda debochou da labareda tacanha e anônima das redes sociais. 

"Me recuso a sentir vergonha com esta pedra (bosta) moralista com que tentam me atingir. A vocês, queridos acusadores, ofereço Um Brinde!"

Para ilustrar um pouco a frase acima, a besta-fera midiática tupiniquim, dias atrás, numa pororoca de postagens, aludiu ao fato da atriz ser fotografada supostamente bêbada.

Feito um carcará que "pega, mata e come" qualquer indício de inteligência que se aproxima, o big brother orwelliano, que transformou caoticamente a vida como ela é, reproduziu postagens mil sobre a supuesta bebedeira da moça.

Como diria o cancioneiro, "deixe a menina sambar em paz".

Somos do tempo, diria o cronista Xico Sá, que a notícia era quando o homem mordia o cachorro, e não o contrário.

O poeta do Leblon estaria mais que "cansado de tanta babaquice, tanta caretice, dessa eterna falta do que falar".

"Eu bebo sem compromisso, é o meu dinheiro e ninguém tem nada com isso", cantarolo para o coxinha, ou iguaria do gênero, que empunha a bandeira do TFP.

Por uma estética sabatelliana nos tempos de cólera!

Menos virais e mais amor em SP, per favore!

Que na estiagem de valores, eu, tu, eles, sonhemos com a tempestade de versos tropicalistas do gênio de Irará.

"Meta sua moral, regras e regulamentos/escritórios e gravatas/sua sessão solene/pegue, junte tudo, passe vaselina/enfie, soque e meta/no tanque de gasolina".

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